Os líderes do Mercosul e da União Europeia (UE) anunciaram nesta sexta-feira (6) um acordo de livre comércio entre os blocos econômicos, encerrando décadas de negociações. A cerimônia oficial ocorreu em Montevidéu, no Uruguai, durante a cúpula do Mercosul.
“À luz do progresso alcançado desde 2023, o Acordo de Parceria entre o Mercosul e a União Europeia está agora pronto para revisão legal e tradução. Ambos blocos estão determinados para conduzir tais atividades nos próximos meses, com vistas à futura assinatura do acordo”, destacou o documento oficial, celebrado pelos líderes presentes.
Estiveram na cerimônia chefes de Estado dos países do Mercosul, como Javier Milei (Argentina), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Santiago Peña (Paraguai) e o anfitrião, Luis Lacalle Pou (Uruguai). Representando a União Europeia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, também participou do anúncio.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, ressaltou o impacto global do acordo ao destacar o tamanho da aliança formada. “A União Europeia e o Mercosul criaram uma das alianças de comércio e investimentos maiores que o mundo tenha visto. Estamos formando um mercado de mais de 700 milhões de consumidores”, declarou.
O chanceler do Uruguai, Omar Paganini, já havia antecipado na quinta-feira (5) que as negociações estavam concluídas, reforçando o compromisso das delegações para finalizar o processo iniciado em 1999.
O acordo, que estabelece bases para a redução de tarifas e o aumento do fluxo comercial entre os dois blocos, vem sendo discutido há mais de 20 anos. Desde 1999, o Mercosul e a União Europeia trabalharam na construção de um pacto que concilie interesses econômicos, ambientais e sociais, enfrentando impasses e resistências ao longo do caminho.
Agora, com a revisão legal e a tradução em curso, o acordo avança para a assinatura final, que deve ocorrer nos próximos meses.
A celebração do pacto marca um importante passo para a integração econômica entre América do Sul e Europa. No entanto, desafios ainda pairam sobre a implementação do acordo, como as exigências ambientais da UE e a competitividade de produtos agrícolas sul-americanos no mercado europeu.
A formalização do tratado promete intensificar as relações comerciais e investimentos bilaterais, criando novas oportunidades econômicas e fortalecendo as parcerias estratégicas entre os blocos.