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A queda de Bashar al-Assad: o fim de uma dinastia


Por mais de cinco décadas, a Síria viveu sob o controle da família Assad, uma dinastia que, em sua construção e desmoronamento, evoca a saga dos Corleone, da obra-prima cinematográfica O Poderoso Chefão. A comparação, feita frequentemente por todo o mundo, é especialmente eloquente ao traçar paralelos entre as figuras de Hafez al-Assad e Vito Corleone.

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Hafez, que consolidou um regime autoritário no país, via em Bassel, seu primogênito, o herdeiro natural de seu poder, tal como Vito via em Sonny. Mas o destino interveio: Bassel morreu em um acidente de carro, assim como Sonny foi assassinado na ficção. A alternativa inesperada recaiu sobre Bashar al-Assad, o “Michael Corleone sírio”, que inicialmente parecia estar destinado a uma vida fora do círculo de poder.

Educado em medicina pela Universidade de Damasco, Bashar foi a Londres especializar-se em oftalmologia. Na capital britânica, sua vida parecia tranquila, longe da ostentação que frequentemente cerca as famílias de ditadores. Ele conheceu Asma, uma jovem londrina de ascendência síria e formação acadêmica respeitável no King’s College, e os dois poderiam ter seguido uma vida pacífica como profissionais bem-sucedidos. No entanto, com a morte de Bassel, Hafez chamou Bashar de volta para preparar sua sucessão.

Assumindo o poder em 2000 após a morte de Hafez, Bashar chegou a implementar reformas econômicas e flertou com uma abertura política. Mas esses avanços logo foram interrompidos, consolidando um regime autocrático. Em sua primeira década como presidente, Bashar conseguiu projetar uma imagem moderada, recebendo estrelas como Angelina Jolie e Brad Pitt em Damasco, e passando réveillons em Paris ao lado de figuras como Nicolas Sarkozy.

“Conhecer Bashar al-Assad era algo surreal, como se fôssemos examinados por um médico”, relata um jornalista que o entrevistou. Discreto e tímido, Bashar parecia distante da figura tradicional de um ditador. “Parecia ter síndrome do impostor”, observou. Contudo, sua imagem pública contrastava com a brutalidade de seu regime, especialmente após o início da guerra civil síria.

Sob Bashar, a Síria mergulhou em um dos conflitos mais devastadores do século XXI. Apoiado por Rússia e Irã, o regime foi acusado de crimes contra a humanidade, resultando em centenas de milhares de mortos e milhões de refugiados. A crise humanitária tornou-se um dos legados mais sombrios de seu governo.

O regime sustentava-se, nos últimos anos, por meios controversos, como o tráfico de captagon, uma droga sintética. No entanto, fatores externos, como o enfraquecimento de seus aliados e a crise econômica interna, acabaram por corroer sua base de sustentação.

Agora, com o colapso do regime Assad, encerra-se um capítulo sombrio da história síria. Como os Corleone, a dinastia despede-se do poder, deixando um legado de tragédias e controvérsias que marcarão gerações.




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