Economia

Dólar atinge novo recorde de R$ 6,05 e acende alerta sobre cenário fiscal no Brasil


O dólar registrou nesta sexta-feira (29) um novo recorde ao alcançar R$ 6,05 durante o pregão, pressionado pelas incertezas em torno do cenário fiscal brasileiro. Este é o maior valor já registrado pela moeda americana no mercado nacional, refletindo tanto fatores internos quanto externos, com foco nos desafios da política econômica anunciada pelo governo.

A disparada da moeda aconteceu em meio à repercussão do pacote de ajuste fiscal detalhado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta semana. O plano prevê cortes de R$ 70 bilhões nos gastos públicos entre 2025 e 2026 e de R$ 327 bilhões até 2030, mas inclui também medidas como a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil, o que representa uma perda de R$ 35 bilhões. Para compensar, o governo propõe uma nova alíquota de 10% para rendas acima de R$ 50 mil mensais.

Embora os cortes tenham sido bem recebidos inicialmente, a proposta gerou ceticismo quanto à sua efetividade. O mercado teme que os ajustes não sejam suficientes para equilibrar as contas públicas e estimular a economia, agravando o cenário de incertezas.

Às 9h15, o dólar já subia 0,87%, cotado a R$ 6,0410, e chegou ao pico de R$ 6,0550. No acumulado da semana, a moeda americana avançou 3,02%, somando 3,59% no mês e impressionantes 23,42% no ano.

O novo patamar do dólar deve pressionar ainda mais os preços internos, já que a valorização da moeda estrangeira impacta diretamente os custos de importação e pode intensificar a inflação. Economistas também alertam para o aumento do custo da dívida externa e os desafios para empresas que dependem de insumos internacionais, trazendo repercussões graves para o crescimento econômico.




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