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TCU aponta inflação de 733% em contratos de propaganda da Secretaria de Comunicação da Presidência


Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nos contratos de propaganda da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República revelou indícios de gastos excessivos e falta de transparência nos processos. De acordo com o relatório, as despesas foram infladas em até 733% com justificativas consideradas “genéricas” e, em alguns casos, até “contraditórias”.

A auditoria examinou os gastos de cerca de R$ 450 milhões, sob a gestão do ministro Paulo Pimenta, destinados à promoção institucional do governo. Esse valor é o segundo maior entre os órgãos públicos, atrás apenas do Banco do Brasil, que destinou R$ 500 milhões à propaganda.

O TCU destacou a ausência de critérios objetivos para medir a eficácia das campanhas. O relatório questiona, por exemplo, como justificar o gasto de R$ 10 milhões em uma campanha quando não há métricas para avaliar se os objetivos foram atingidos. Segundo o órgão, essa falta de indicadores impossibilita a análise de resultados e o retorno sobre o investimento realizado.

Os técnicos do TCU também identificaram justificativas vagas por parte da Secom, com menções a “objetivos de comunicação” sem detalhamentos claros. Esse tipo de argumentação é apontado como um dos fatores para o aumento dos valores contratados, levando a suspeitas sobre a real necessidade dos montantes aplicados.

Outro ponto levantado pelo TCU é a prática de revelar previamente os valores das campanhas às agências de publicidade, o que, segundo o órgão, impede qualquer negociação de custos mais baixos. Em todos os contratos analisados, as agências utilizaram integralmente o valor previsto, sem apresentar economias.

Além da falta de métricas, o TCU apontou que os relatórios apresentados são insuficientes para mensurar a efetividade das campanhas. Sem indicadores de desempenho, o TCU considera impossível afirmar se os objetivos foram alcançados ou não.




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