Nesta quarta-feira (2/10), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, prestou depoimento à Polícia Federal em Brasília, confirmando ter sido vítima de assédio sexual pelo ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A ministra relatou que os episódios de importunação começaram ainda em 2022, durante o período de transição entre os governos Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.
Anielle compareceu à sede da PF acompanhada de seus advogados, Pierpaolo Bottini e Priscila Pamela, e foi ouvida pela delegada responsável pela investigação. Segundo o depoimento, Almeida teria tocado de forma inapropriada nas pernas da ministra durante reuniões oficiais, com um dos episódios ocorrendo em maio de 2023.
A denúncia ganhou força após revelações feitas pela coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, que indicou que Anielle e outras mulheres haviam acusado Silvio Almeida de assédio sexual. Essas acusações resultaram na demissão de Almeida do governo Lula, ocorrida em 6 de setembro de 2023.
O caso levanta questionamentos sobre o conhecimento prévio de autoridades do governo a respeito das denúncias. Informações indicam que ministros e até a primeira-dama, Janja da Silva, já estariam cientes dos relatos. Caso seja comprovada a omissão de ação por parte do governo, pode haver abertura de uma nova linha de investigação pela PF.