Economia

Federação de bancos defende a suspensão do uso do Pix para apostas esportivas online


A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) propôs ao governo a criação de uma força-tarefa para avaliar os efeitos das apostas online sobre a renda das famílias brasileiras. A sugestão foi apresentada pelo presidente da Febraban, Isaac Sidney, após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (2). Segundo Sidney, o objetivo é realizar um diagnóstico detalhado, envolvendo não apenas o Ministério da Fazenda, mas também órgãos como os responsáveis pela defesa do consumidor, prevenção à lavagem de dinheiro e proteção social, como o Bolsa Família.

“A intenção é obter um panorama claro do impacto das apostas virtuais na economia das famílias, com a participação de representantes do governo, do setor produtivo e das instituições financeiras”, explicou Sidney.

Durante a reunião, que abordou o crescente endividamento causado pelos jogos de azar online, não foram tomadas decisões concretas. Sidney reforçou que, embora a Febraban não tenha o papel de criar políticas públicas, a entidade está comprometida em colaborar na prevenção ao superendividamento e na promoção do bem-estar financeiro das famílias brasileiras.

O presidente da Febraban também reiterou sua defesa pela suspensão temporária do Pix como meio de pagamento para apostas, ou, alternativamente, a implementação de limites para transferências até a regulamentação definitiva do setor, prevista para janeiro de 2025. Embora a Febraban trate a proposta como uma opinião pessoal de Sidney, ele revelou que o tema já foi debatido em reuniões anteriores com os bancos. “Já existem restrições para o uso do Pix em determinados horários, como das 20h às 6h, mas precisamos de mais soluções para frear o endividamento das famílias”, acrescentou.

No mesmo dia, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) antecipou a proibição do uso de cartões de crédito para apostas online, uma medida inicialmente prevista para janeiro. A nova regra já entrou em vigor, mas representa uma pequena parcela das transações, já que entre 85% e 99% dos pagamentos em apostas são feitos via Pix, segundo estimativas do setor.




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