A defesa do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) manifestou “bastante estranheza” em relação à operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta sexta-feira (25), com mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao parlamentar e a seus assessores. Segundo os advogados de Gayer, trata-se de um processo “físico e sigiloso” no qual “nem mesmo os advogados têm acesso de imediato ao seu conteúdo”.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ocorre a apenas dois dias do segundo turno das eleições municipais, o que, segundo a defesa, “coloca em xeque a seriedade das decisões” e interfere diretamente na política local.
O deputado Gustavo Gayer também criticou a operação, alegando que a medida é uma tentativa de desestabilizar seu grupo político e o candidato à Prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues (PL), que disputa o segundo turno neste domingo (27). “Acordo às 6h da manhã com minha porta sendo esmurrada pela Polícia Federal […] numa sexta-feira, sendo que a eleição é no domingo, claramente tentando prejudicar meu candidato”, afirmou Gayer.
A PF realizou buscas em um endereço de Gayer em Goiânia, em seu apartamento funcional em Brasília e na casa de um de seus assessores, onde foram apreendidos R$ 72 mil em espécie. A operação envolveu cerca de 60 agentes federais, que cumpriram 19 mandados de busca e apreensão em Brasília e municípios de Goiás.
De acordo com a PF, a investigação busca desarticular uma associação criminosa suspeita de desviar recursos públicos, incluindo cota parlamentar, e de falsificar documentos para a criação de uma Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que atenderia aos requisitos legais para receber verbas da Câmara dos Deputados.