Polícia

PF indicia Silvinei Vasques, Anderson Torres e outros quatro por ‘favorecimento’ a Bolsonaro nas eleições de 2022


A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e outros quatro indivíduos sob a suspeita de terem utilizado a estrutura da PRF em favor do então presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições de 2022.

Entre os indiciados estão quatro policiais federais que foram cedidos ao Ministério da Justiça na época: Marília Ferreira Alencar, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Alfredo de Souza Lima Coelho. A investigação aponta que a PRF foi mobilizada para dificultar o deslocamento de eleitores do presidente Lula (PT), com foco especial na região Nordeste, onde o petista obteve ampla margem de votos.

Silvinei Vasques teria ordenado a realização de blitze que visavam ao transporte de eleitores, desobedecendo uma ordem do ministro do STF e então presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que havia proibido ações desse tipo durante o pleito. A investigação contou com delações premiadas, inclusive de policiais federais.

Uma planilha encontrada no celular de Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, indicava um mapeamento das cidades onde Lula obteve mais de 75% dos votos no primeiro turno. A PF identificou uma correlação entre essas cidades e os locais onde as barreiras da PRF foram montadas durante as eleições.

Silvinei Vasques foi liberado no início deste mês, pouco antes do aniversário de um ano de sua prisão preventiva. No entanto, ele deve cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, apresentação periódica à Justiça e proibição de deixar o país. Além disso, Silvinei teve o porte de arma suspenso e está proibido de usar redes sociais.

Anderson Torres, por sua vez, ficou preso de janeiro a maio de 2023, sob a acusação de omissão nos ataques golpistas de 8 de janeiro.




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