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Diplomatas brasileiros aprovam indicativo de greve inédito


A Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB) aprovou um indicativo de greve, algo inédito na história da entidade, em resposta às negociações salariais com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) e às demandas por uma reforma na carreira diplomática. A decisão ocorre às vésperas da Cúpula do G20, que será sediada no Brasil em novembro.

A associação deverá convocar em breve uma nova assembleia para discutir os detalhes da greve e definir a data de início. Segundo uma fonte consultada pelo Correio, a entrada de cerca de 500 novos diplomatas no governo Lula 2, combinada com a PEC da Bengala, gerou uma “paralisia do fluxo de carreira”. A fonte destacou que, enquanto alguns embaixadores desfrutam de décadas no topo da carreira, muitos diplomatas mais jovens estão sem perspectivas de ascensão.

O estopim para a aprovação do indicativo de greve foi a proposta de reajuste salarial do MGI, que oferecia aumentos não lineares, variando de 7,8% para Terceiros Secretários (TS) até 23% para Embaixadores (Ministros de Primeira Classe, MPC), escalonados entre 2025 e 2026. A proposta foi considerada insuficiente, especialmente em comparação com a proposta original da ADB Sindical, que previa um reajuste linear de 36,9%.

Em nota, a associação destacou que 95% dos presentes aprovaram o indicativo de greve. O documento enfatiza a insatisfação com a falta de valorização da carreira diplomática, especialmente em um momento em que o Brasil retoma sua importância na política externa, sediando eventos como as cúpulas do G20, do BRICS e a COP-30.

A nota também critica a estagnação na carreira diplomática, agravada pelo aumento da idade de aposentadoria para 75 anos e pela estrutura rígida e limitada por classes. Isso, segundo o documento, resulta em um número significativo de diplomatas ficando estagnados nas classes iniciais ou intermediárias, sem perspectivas de desenvolvimento profissional.

A Cúpula de Líderes do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, reunirá as lideranças dos 19 países membros, além da União Africana e da União Europeia. A possível greve dos diplomatas pode impactar a organização e condução do evento.




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