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Maduro bloqueia sites de notícias independentes às vésperas das eleições na Venezuela


A menos de uma semana das eleições na Venezuela, Nicolás Maduro impôs bloqueios a sites de notícias independentes, conforme denúncias de uma ONG e do sindicato de jornalistas. A organização VE Sin Filtro relatou a detecção de seis bloqueios, sendo quatro direcionados à mídia e dois a organizações da sociedade civil, incluindo o próprio site da ONG. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.

Segundo a VE Sin Filtro, as principais operadoras de internet, tanto estatais quanto privadas, bloquearam os sites Tal Cual, El Estímulo, Runrunes, Analítico e Mediaanálisis, além do site da própria ONG. Os bloqueios começaram ao meio-dia no horário local (13h em Brasília) na segunda-feira (22). O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) confirmou a informação, reportando que os sites estão inacessíveis para endereços IP localizados na Venezuela.

A Plataforma Unitária Democrática, principal coalizão de oposição, condenou os bloqueios por meio de uma mensagem no X (antigo Twitter). “Continuar censurando a mídia é uma medida de quem se reconhece derrotado e busca restringir o acesso à informação às vésperas do 28 de julho [data da eleição], mas os venezuelanos já têm claro seu voto neste momento“, declarou a coalizão.

A VE Sin Filtro destacou que os bloqueios são uma tentativa de controlar a narrativa e limitar o acesso à informação durante um período crítico. As eleições de 28 de julho são vistas como um momento decisivo para o futuro político da Venezuela, com a oposição tentando desafiar o governo Maduro.

Diversas organizações internacionais de direitos humanos e liberdade de imprensa, como Human Rights Watch e Repórteres sem Fronteiras, condenaram a ação do governo venezuelano. As entidades pedem que a comunidade internacional pressione o regime de Maduro para cessar as práticas de censura e respeitar os princípios democráticos e de liberdade de expressão.

A censura à mídia é uma ferramenta política utilizada para suprimir dissidências e controlar a opinião pública. No contexto venezuelano, essa prática tem sido constante durante o governo de Maduro, que enfrenta acusações de autoritarismo e violações de direitos humanos. Além dos portais de notícias, duas organizações da sociedade civil também foram bloqueadas, indicando uma tentativa de silenciar vozes críticas e limitar a disseminação de informações contrárias ao governo.

A restrição ao acesso de informações não apenas limita a capacidade dos cidadãos de se informarem, mas também dificulta o trabalho de organizações que promovem a transparência e a responsabilidade governamental.




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