Nesta segunda-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu pela primeira vez com os líderes do governo no Congresso após uma série de derrotas em votações na última semana. Participaram do encontro os líderes José Guimarães (PT-CE) na Câmara dos Deputados, Jaques Wagner (PT-BA) no Senado, e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) no Congresso.
Lula expressou o desejo de lidar diretamente com os líderes, em vez de deixar as negociações apenas com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Fontes indicam que o presidente pretende tornar esses encontros diretos uma rotina, visando fortalecer a articulação política após as derrotas acumuladas na última terça-feira (28).
Durante uma sessão conjunta do Congresso, o governo enfrentou a derrubada do veto presidencial à “Lei da Saidinha”, que dificultava a concessão de saídas temporárias para presos, medida destinada à ressocialização e manutenção de vínculos externos. Além disso, o governo aceitou a manutenção de um veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que impede a punição por atos de “comunicação enganosa em massa”.
Na Câmara, o governo precisou ceder e negociar a permissão de impostos para compras internacionais até US$ 50, conhecida como “taxa das blusinhas”.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, minimizou a derrubada do veto presidencial ao projeto que restringe as saídas temporárias de presos, as chamadas “saidinhas”. “O povo brasileiro escolheu um Congresso mais conservador”, declarou Randolfe à CNN durante o programa Brasil Meio-Dia, na última quinta-feira (30). Ele destacou que, apesar das derrotas, o governo “não tem do que se queixar” em relação a pautas nas agendas econômica e social.
Randolfe ressaltou que a derrubada de vetos que contrariam a agenda conservadora é um reflexo da atual composição do Congresso, reafirmando o desafio de lidar com um parlamento mais alinhado à direita.
