Lula admite “falcatrua numa empresa” em leilão de arroz importado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a anulação do leilão do arroz ocorreu devido a uma “falcatrua numa empresa”. A declaração foi feita nesta sexta-feira (21) em entrevista à Rádio Meio FM, de Teresina, no Piauí.
O presidente se referia à polêmica concorrência para a compra de arroz importado, que foi cancelada após a identificação de irregularidades. O governo federal planeja realizar um novo leilão. “Tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. Depois, tivemos anulação do leilão porque houve uma falcatrua numa empresa. O arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos. Não dá pra ser um preço exorbitante”, argumentou Lula na entrevista.
“Vamos inclusive financiar áreas de outros estados produtivas de arroz para não ficar dependendo apenas de uma região. Vamos oferecer um direito dos caras comprarem e a gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo”, completou o petista. O Governo Lula decidiu importar arroz poucos dias após o início das fortes chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul (RS) para evitar a alta nos preços do alimento, devido à dificuldade do estado em transportar o grão para o restante do Brasil.
A inexperiência das empresas vencedoras no mercado de cereais foi um dos motivos de preocupação no leilão. Além disso, houve desconforto devido ao papel da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e da Foco Corretora de Grãos na intermediação da venda. Essas empresas foram criadas em 2023 por Robson Luiz de Almeida França, ex-assessor de Neri Geller, que até recentemente ocupava o cargo de secretário de Política Agrícola do governo federal.
França também é sócio de Marcelo Geller, filho de Neri, em uma empresa estabelecida no mesmo ano. Além disso, ele trabalhou anteriormente com Thiago dos Santos, atual diretor de operações e abastecimento da Conab.