Ex-secretário de Política Agrícola afirma que demissão não foi “a pedido”
A audiência com o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, ocorrida sem a presença de governistas, intensificou as tensões entre a oposição e o governo Lula após o “escândalo do arrozão”.
Durante seu depoimento, o ex-secretário admitiu ter sido voto vencido em um colegiado formado por representantes do Ministério da Fazenda, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ministério do Planejamento e Ministério da Fazenda, que discutia a importação de arroz. Ele explicou que, ao ser derrotado na votação, decidiu se alinhar ao governo.
O ponto alto da audiência foi quando o ex-secretário detalhou os eventos que levaram à sua demissão, contestando a alegação de que teria sido exonerado “a pedido”. Segundo ele, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, não o recebeu pessoalmente, e ele documentou via e-mail que não havia solicitado demissão. “Com relação a minha demissão, eu não tenho nada a esconder. O ministro Fávaro não me recebeu. Eu esperei no ministério da Agricultura. […] Eu não pedi demissão. Está documentado. Eu documentei, via e-mail. Acusei o pedido de demissão e pedi correção, pois a demissão não se dava a pedido.”
Ele expressou seu descontentamento por ter se tornado o bode expiatório do governo. “Eu não devo. E, por isso, que eu fiquei chateado, sim, com o ministro da Agricultura com a forma como eu saí do governo”, declarou.