Jornalista Michael Shellenberger afirma ao Congresso Americano que “Brasil não é mais uma democracia liberal”
Durante uma audiência no Congresso dos Estados Unidos focada em discutir a crise de democracia, liberdade e validade das leis no Brasil, o jornalista americano Michael Shellenberger, conhecido por liderar a investigação dos “Twitter Files”, fez sérias alegações sobre o estado atual da democracia brasileira. Shellenberger afirmou que, baseado em suas pesquisas e interações no Brasil, não considera mais o país como uma democracia liberal.
“Pessoas, incluindo ex-membros do PT e juristas proeminentes dizem não ter mais coragem em dizer o que pensam, incluindo temas sobre o iliberalismo do país, por medo de punição”, destacou o jornalista. Ele também acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), especialmente sob a influência do ministro Alexandre de Moraes, de afetar diretamente as eleições. “A censura que eu vi no país é a pior que eu já vi em uma democracia ocidental,” declarou.
Shellenberger prosseguiu dizendo que as evidências obtidas através dos Twitter Files, liberadas por Elon Musk, apontam que Alexandre de Moraes está “obcecado” em silenciar figuras de direita. Ele questionou a validade de leis que, segundo ele, poderiam permitir ações arbitrárias: “Imagine por um momento que o Brasil criminalize algo tão vago quanto ‘desestabilizar um Estado democrático de Direito’. Isso permitiria Lula prender manifestantes pacíficos, jornalistas e seus rivais políticos.”
A audiência teve presença significativa de bolsonaristas, incluindo os deputados Eduardo Bolsonaro (SP), Nikolas Ferreira (MG), Bia Kicis (DF), e Gustavo Gayer (GO). Além disso, o evento contou com a participação de Allan dos Santos, blogueiro bolsonarista considerado foragido no Brasil, e Paulo Figueiredo Filho, neto do general João Baptista Figueiredo, acusado de incitar um golpe de Estado em 2022. Durante seu depoimento, Figueiredo Filho chamou Moraes de “de facto dictator of Brazil”.