Chegada de Tarcísio ao PL é a ‘cereja do bolo’ para Bolsonaro e Valdemar
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, confirmou ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que se filiará ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda neste ano. No entanto, sua saída do Republicanos, sua legenda atual, não será conturbada. A expectativa é que essa mudança facilite o apoio do Palácio do Planalto ao deputado Marcos Pereira, candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara.
As eleições que renovarão a cúpula da Câmara e do Senado ocorrerão em fevereiro de 2025, mas já mobilizam os partidos. Marcos Pereira, que comanda o Republicanos, é um dos candidatos à cadeira de Lira. Durante um jantar no mês passado com Valdemar Costa Neto e o líder do PL no Senado, Rogério Marinho (RN), Tarcísio garantiu que migrará para o partido de Bolsonaro.
Valdemar interpretou que a mudança ocorrerá “lá para junho”. Quando questionado sobre o assunto, porém, o governador desconversa e diz apenas que “por ora” não há essa previsão. Amigos de Tarcísio, por outro lado, asseguram que ele só irá para o PL depois das eleições municipais.
“Tarcísio falou para mim que virá para o nosso partido lá para junho e agora estão todos ansiosos”, disse Valdemar ao Estadão. “Ele está fazendo campanha para candidatos do Republicanos em São Paulo e nós entendemos isso. Faz muito bem. Precisa ajudar o partido que o elegeu. Mas o lugar do Tarcísio é no PL.”
Interlocutores do governador acreditam que uma troca de legenda neste momento poderia impactar sua base de sustentação no Estado e até o arco de alianças da candidatura do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ao segundo mandato. De qualquer forma, com Bolsonaro inelegível até 2030, a migração de Tarcísio – cotado para herdar o espólio do ex-presidente – dará a ele uma fatia bem maior do Fundo Eleitoral. O PL tem 94 deputados e 13 senadores, enquanto o Republicanos conta com 43 deputados e 4 senadores.
Além disso, Tarcísio já figura entre os possíveis candidatos ao Planalto em 2026, aparecendo com 24% das intenções de voto, seguido por Ratinho Júnior, governador do Paraná, com 10%, Romeu Zema, de Minas Gerais, com 7%, e Ronaldo Caiado, de Goiás, com 5%. Entre os eleitores que votaram em Bolsonaro em 2022, Michelle Bolsonaro também lidera com 41%, seguida por Tarcísio com 33%. A pesquisa tem uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais, garantindo uma visão precisa do cenário político atual e das tendências para a próxima eleição presidencial.
Dirigentes do PL começaram a condicionar o apoio a candidatos ao comando da Câmara e do Senado à aprovação de projetos de lei de anistia a Bolsonaro e a seus seguidores envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.