Cerca de 400 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marcaram o início do Abril Vermelho na Bahia com a ocupação de uma área pública em Itabela, sul do estado. Este terreno, vinculado à Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) do Ministério da Agricultura, é considerado “improdutivo” pelo movimento. O MST defende que a ocupação é um ato pela Reforma Agrária Popular, visando uma agricultura sustentável que contraste com as práticas do agronegócio, criticadas por promoverem concentração de terra e uso de trabalho escravo.
A ocupação na Bahia é apenas uma das manifestações planejadas para o Abril Vermelho, período de ação intensa do MST em defesa da reforma agrária. Este movimento coincide com o adiamento, pelo governo, do anúncio de uma “prateleira de terras” prometida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma medida para mapear terras improdutivas da União visando mitigar invasões de terras.
Além da ocupação, o MST organiza uma marcha de Feira de Santana a Salvador, percorrendo 110 km, com a participação estimada de 3 mil pessoas, reforçando a pressão sobre o governo para a aceleração da criação de assentamentos agrários. As ações refletem o crescente descontentamento do movimento com a atual administração, evidenciando a urgência na destinação de terras para reforma agrária.
