Ex-Contador de Lula é investigado em Operação contra lavagem de dinheiro ligada ao PCC e transporte público de SP
Nesta terça-feira (9), o Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), lançou uma ofensiva contra a lavagem de dinheiro ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e ao setor de transporte público. João Muniz Leite, ex-contador de Fabio Luis Lula da Silva, conhecido como Lulinha, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, figura como um dos principais alvos da operação. As investigações apontam Leite como peça-chave em um complexo esquema de lavagem de dinheiro, integrando o crime organizado às operações das empresas de ônibus Upbus e TW, responsáveis pelo transporte de quase 700 mil passageiros diariamente em São Paulo, revela o jornal “O Estado de S.Paulo”.
De acordo com o MPSP, somente em 2023, essas empresas receberam mais de R$ 800 milhões da prefeitura de São Paulo, destacando a magnitude financeira do esquema sob escrutínio.
Além dos aspectos financeiros, a operação destaca ligações suspeitas entre o contador e figuras do submundo do crime, incluindo serviços prestados a traficantes e uma série de vitórias suspeitas em loterias. Dados apontam que Leite e sua esposa acumularam 640 prêmios em jogos como Lotofácil, Mega Sena e Quina, levantando suspeitas sobre a procedência de tais “ganhos”.
A dimensão do esquema de lavagem de dinheiro, que remonta ao início dos anos 2000, sugere uma infiltração profunda do PCC em setores públicos, especialmente em serviços essenciais como o transporte coletivo. Estimativas do MPSP indicam que o PCC controla uma vasta rede com mais de 112 mil membros e movimenta bilhões anualmente, principalmente através do tráfico de drogas, consolidando-se como uma verdadeira máfia dentro do Brasil.