“Renascer”, clássico de 1993 da Globo, ressurge em meio a forte polêmica. A trama de Benedito Ruy Barbosa, reaviva dilemas éticos e sociais, mantendo-se fiel à sua estrutura original. Não obstante, a narrativa vem sendo questionada, levantando sobrancelhas e críticas em horário nobre.
A controvérsia se acende em torno da relação entre José Inocêncio (Marcos Palmeira) e Mariana (Theresa Fonseca), cuja dinâmica de pai e filha evolui para um laço amoroso, desencadeando acusações de apologia ao incesto pela ONG Vozes de Anjos. A organização, que se dedica à proteção de mães, crianças e adolescentes, interpelou judicialmente a emissora, colocando em xeque a responsabilidade social da arte televisiva.
“A representação de um relacionamento amoroso entre figuras paternais e filiais, exibido diariamente às 21h, atravessa os limites da representação artística, naturalizando uma grave violação social”, aponta Ana Iancarelli, presidente da Vozes de Anjos.
A trama, que reiteradamente expõe o casal em uma normalização preocupante do incesto, leva à reflexão sobre os limites da ficção e sua influência no imaginário popular.
