A deputada federal Rosângela Moro (União Brasil), eleita por São Paulo nas eleições de 2022, decidiu retornar seu domicílio eleitoral ao Paraná, alinhando-se ao território eleitoral de seu esposo, o senador Sergio Moro (União-PR). Esta mudança de endereço eleitoral para Curitiba não apenas fortalece a unidade do casal na arena política mas também posiciona Rosângela como potencial candidata para preencher qualquer vazio que uma possível cassação de Sergio Moro pela Justiça Eleitoral venha a criar.
No cerne dessa questão está o iminente julgamento de Moro, agendado para o dia 1º de abril pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. A acusação, levantada pelo PL e uma coalizão de partidos que inclui PT, PCdoB e PV, aponta para um suposto abuso de poder econômico por parte de Moro durante a campanha eleitoral. Os adversários políticos alegam que Moro se beneficiou desproporcionalmente de sua visibilidade e atuações anteriores, particularmente durante o período em que flertou com uma candidatura presidencial antes de candidatar-se ao Senado.
Apesar da tensão que envolve esse julgamento, Moro se defendeu de qualquer irregularidade em seu depoimento ao TRE-PR em dezembro de 2023. O processo, originalmente marcado para o início de fevereiro, foi postergado devido à espera por um novo membro do tribunal, que agora também tem datas reservadas para 3 e 8 de abril, caso a extensão do julgamento se faça necessária.
O precedente da cassação de Deltan Dallagnol (Podemos-PR), figura-chave na operação Lava Jato, serve como um alarme para o futuro político de Moro. Uma eventual vacância no Senado desencadearia uma nova eleição, onde figuras como Alvaro Dias (Podemos), Gleisi Hoffmann (PT) e Michelle Bolsonaro (PL) já são consideradas possíveis concorrentes. A entrada de Rosângela Moro na equação, entretanto, poderia redefinir as expectativas e assegurar a continuidade do legado político de seu marido junto ao eleitorado.
