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‘Professora’ era o suposto codinome usado em monitoramento de Moraes


Na decisão que fundamentou a operação da Polícia Federal contra figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes do STF detalhou o esquema de vigilância que teve ele próprio como alvo. O coronel da reserva Marcelo Câmara, ex-assessor especial da Presidência, foi identificado como líder do “núcleo de inteligência paralela” responsável pelo monitoramento de Moraes. A prisão preventiva de Câmara, decretada por Moraes, foi embasada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a alegação de continuidade da vigilância ilegal, que poderia se estender a outras autoridades judiciárias.

A investigação aponta que, além de Câmara, o núcleo incluía o general Augusto Heleno e o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, que supostamente usava o codinome “professora” para referir-se ao ministro Moraes. Comunicações interceptadas pela PF revelam como os movimentos de Moraes foram acompanhados. “Viajou para São Paulo hoje, retorna na manhã de segunda-feira e viaja novamente pra SP no mesmo dia. Por enquanto só retorna a Brasília pra posse do ladrão. Qualquer mudança que saiba lhe informo”, disse Câmara em uma das mensagens. A PF destaca que o monitoramento persistente, inclusive durante o Natal, “demonstra que o grupo criminoso tinha intenções reais de consumar a subversão do regime democrático”.

O plano de vigilância incluía a prisão de Moraes, programada para 18 de dezembro de 2022 em São Paulo, com a participação do general-de-brigada reformado Laércio Virgílio. “Nesse sentido, a autoridade policial narra que, no planejamento operacional descrito pelo general Virgílio, a prisão deste relator seria executada no dia 18/12/2022, em sua residência em São Paulo”, relata a decisão de Moraes.

A colunista Malu Gapar, do GLOBO, já havia revelado em outubro que o grupo tinha um prazo para a tomada do poder após as eleições, coincidindo com a data do planejamento. Moraes, em entrevista ao GLOBO, mencionou a existência de planos contra ele, incluindo ameaças de homicídio. “Houve uma tentativa de planejamento. Inclusive, e há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem”, concluiu Moraes.




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