Defesa de Bolsonaro pede afastamento de Moraes e cobra imparcialidade
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro questionou a imparcialidade do ministro Alexandre de Moraes, solicitando seu afastamento da investigação de uma suposta tentativa de golpe, que colocou Bolsonaro e seus aliados na mira da Polícia Federal, na operação denominada Tempus Veritatis.
Os advogados, liderados por Fabio Wajngarten, protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) uma arguição de impedimento contra Moraes, apontando conflito de interesses: Moraes, apontado como vítima nas narrativas do inquérito, permanece à frente do caso, uma posição que, para os advogados, viola a regra da imparcialidade judicial.
A petição, endereçada ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, não só pede o afastamento de Moraes mas também a anulação dos atos por ele autorizados. “Tanto o conteúdo da representação [da Polícia Federal] quanto a decisão revelam, de maneira indubitável, uma narrativa que coloca o ministro relator no papel de vítima central”, argumentam os advogados, destacando um suposto plano de ação que visava diretamente Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
A defesa de Bolsonaro sustenta que a imparcialidade de Moraes foi comprometida, citando mais de 20 referências a ele em sua própria decisão que desencadeou a operação contra o ex-presidente e seus aliados. “Um contexto que torna evidente e fortemente questionada a sua imparcialidade objetiva e subjetiva”, afirmam.