Cappelli na Elite Corporativa do Governo: Entre conselhos e diretorias, remunerações ultrapassam R$ 60 mil mensais
Ricardo Cappelli, ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça, mantém seu poder de influência e benefícios financeiros mesmo após perder espaço com a indicação de Flávio Dino ao STF. Segundo o Estado de S. Paulo, Cappelli agora integra o conselho da Naturgy (antiga CEG), com mandato até agosto, rendendo-lhe até R$ 19 mil mensais.
Nomeado pelo BNDES, que detém participação na Naturgy, Cappelli é um dos quatro conselheiros indicados pelo banco, reforçando a presença de figuras governamentais no conselho, que inclui nomes como José Múcio e Silvio Almeida. O BNDES defende que tais indicações visam agregar experiência estratégica às empresas.
Essa prática, comum entre altos escalões, não apenas aumenta os rendimentos desses indicados, mas também assegura ao governo influência sobre entidades estatais e mistas. Cappelli, com 23 anos de carreira pública, rebate críticas à sua nomeação, associando-as a suas posturas políticas.
Além de sua posição na Naturgy, Cappelli assumirá a diretoria-executiva da ABDI, com salário de R$ 43,2 mil, em uma cerimônia prevista para 22 de fevereiro. Essa função, assim como sua participação no conselho da Naturgy, não afeta o teto salarial do funcionalismo, devido à natureza especial de sua remuneração, conhecida como “jeton”.
Os conselheiros da CEG, conforme dados para investidores, têm uma remuneração anual coletiva limitada a R$ 2,8 milhões, o que individualmente representa R$ 19,4 mil por mês. A companhia, contudo, não esclareceu se esses valores estão atrelados à frequência das reuniões do conselho.