Atualização do Bolsa Família reduz 1,73 milhão de beneficiários
Uma grande atualização cadastral no Bolsa Família, programa do governo Lula, resultou na exclusão de 1,73 milhão de famílias, conforme anunciado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Este ajuste impactou principalmente as famílias unipessoais, que são aquelas compostas por um único membro, reduzindo o total de 5,88 milhões em dezembro de 2022 para 4,15 milhões no final do ano.
O ministro Wellington Dias esclareceu que a transição do chamado ‘auxílio solteiro’ para o Bolsa Família ampliou o alcance do benefício, incluindo mais crianças e elevando o valor médio do auxílio para R$ 681. “Agora, uma família com um casal e três filhos até 6 anos recebe R$ 1.160, pois cada um dos cinco membros recebe R$ 142, além de R$ 450 destinados às crianças”, detalhou Dias.
O recadastramento veio após o anúncio do governo federal em março do ano passado de uma revisão no Cadastro do Bolsa Família, quando já havia sido detectada a presença de indícios de irregularidades em 2,5 milhões de cadastros, levando à exclusão de 1,4 milhão de beneficiários em março.
O ministério apontou que o aumento dos arranjos unipessoais, especialmente durante os últimos anos do governo Jair Bolsonaro sob o programa Auxílio Brasil, não correspondia à dinâmica demográfica das famílias brasileiras. Com a transição para o Bolsa Família, o valor médio do benefício subiu de R$ 405 em 2022 para R$ 600, após a aprovação da PEC da transição pelo governo atual.
Em junho, uma nova portaria governamental ajustou os requisitos documentais para cadastro e recadastro, introduzindo um termo de responsabilidade para as famílias unipessoais. A revisão visa, além de corrigir irregularidades, atualizar dados de rendimento dos solicitantes para assegurar a conformidade com as normas do programa.
Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, destacou em abril que a atualização cadastral poderá resultar em uma economia anual de até R$ 7 bilhões para o governo.