O ministro Flávio Dino determinou que a Polícia Federal investigue as alegações de supostos grampos ilegais no governo do Paraná. O caso, trazido à tona em outubro, envolve alegações sobre a existência de uma diretoria de inteligência na Controladoria-Geral do estado, supostamente utilizada para espionar adversários políticos do governador Ratinho Jr. (PSD).
O deputado estadual Requião Filho (PT-PR), responsável pelo pedido de investigação, agradeceu a decisão de Dino: “Nossa denúncia de uso ilegal de softwares para espionagem dentro do governo foi escondida debaixo do tapete da impunidade no Paraná, mas nem tudo está perdido. Esperamos agora que a Polícia Federal faça a sua parte.”
Apesar do Ministério Público do Paraná ter arquivado o caso em dezembro, a suposta espionagem já foi objeto da Operação Última Milha da Polícia Federal, que investigou agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo uso de um programa israelense.
Porém, é importante destacar que o software utilizado pela Polícia Civil do Paraná não é o mesmo investigado no Governo Federal. Este programa captura apenas a geolocalização dos celulares, sem acessar os dados.
O Governo do Paraná esclareceu: “O Ministério Público do Estado do Paraná arquivou o procedimento interno a respeito do assunto por entender que não houve qualquer irregularidade na aquisição ou uso de um software que apenas a Polícia Civil tem acesso… A polícia judiciária do Paraná utiliza a ferramenta para localização de sinal de celular, sempre de acordo com as normas legais.” O governo enfatiza que a controvérsia pode estar sendo alimentada por interesses políticos, visando confundir a opinião pública.
