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Padre Lancellotti: Entenda o caso do sacerdote processado por Bolsonaro, apoiado por Lula, Moraes e Papa Francisco

O padre é alvo de uma CPI por supostamente integrar a "máfia da miséria"


O padre Júlio Lancellotti, conhecido nacionalmente por seu trabalho com a população em situação de rua em São Paulo, tornou-se alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a ser instalada na Câmara Municipal da cidade. Coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, Lancellotti, aos 75 anos, é conhecido também como “padre esquerdista”. Lancellotti já foi processado por Jair Bolsonaro por um vídeo criticando o ex-presidente.

Lancellotti foi encorajado em sua missão pelo Papa Francisco, que em 2020 o telefonou, aconselhando-o a não desistir de seu trabalho com os pobres.

A CPI, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), visa investigar organizações não governamentais (ONGs) atuantes na Cracolândia, incluindo a Craco Resiste e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar), acusadas de promover uma “máfia da miséria”. Segundo Nunes, essas organizações utilizam recursos públicos para distribuir alimentos e kits de higiene, além de itens para o uso de drogas, o que, em sua visão, perpetua o ciclo de dependência química.

O padre, por sua vez, defende a legitimidade das CPIs para investigar o uso de recursos pelo terceiro setor e esclarece que não faz parte de nenhuma organização conveniada com a prefeitura, mas sim da Paróquia São Miguel Arcanjo.

A Craco Resiste, mencionada na proposta da CPI, afirmou que não é uma ONG, mas um projeto de militância que busca reduzir danos por meio de atividades culturais e de lazer na região da Cracolândia. A entidade criticou aqueles que usam a Cracolândia para promover projetos pessoais e negou qualquer intenção de lucro com a miséria.

“Ontem à noite, o ministro Alexandre de Moraes me ligou e eu fiquei muito sensibilizado com essa ligação. Ele manifestou solidariedade e apoio. Eu conheço o ministro Alexandre de Moraes há mais de 30 anos, desde o seu trabalho aqui em São Paulo”, disse o padre em entrevista à CNN Brasil.




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