EFEITO BOLSONARO: Valdemar derrota Lula e terá o maior número de candidatos a prefeito no Brasil
Contradizendo completamente a campanha eleitoral de 2022, o Partido dos Trabalhadores planeja lançar um número reduzido de candidatos próprios a prefeito. A legenda, que teve uma frente ampla de partidos em 2022, propõe lançar candidatos em apenas 16 das 26 capitais onde haverá disputa. Esta decisão representa o menor número de candidaturas petistas em capitais nos últimos 32 anos.
Em várias cidades, o partido escolheu apoiar candidatos de outras legendas, estratégia que difere da adotada nas eleições anteriores. “A estratégia (em 2020) era ter candidatura onde fosse possível para denunciar a perseguição ao PT, ao presidente Lula, para reafirmar o projeto do partido que estava sofrendo um ataque muito forte. Cada eleição há uma estratégia diferente”, explicou o senador Humberto Costa (PT-PE), que coordena o grupo do partido para o pleito.
O PT abdicou de candidaturas nas três maiores capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, sendo a primeira vez desde sua fundação que não apresentará um nome próprio na capital paulista. A mudança ocorre após um desempenho desfavorável nas últimas eleições, quando o partido concorreu em 21 capitais mas não venceu em nenhuma.
O número projetado de 16 candidatos em capitais se aproxima da disputa de 2012, quando o partido, com Dilma Rousseff no início de seu mandato, optou por apoiar candidatos de siglas aliadas em várias cidades. A decisão atual de abrir mão de candidaturas próprias enfrenta resistências internas, como em São Paulo, onde o apoio à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi contestado pelo diretório municipal.
Lula tem se empenhado pessoalmente nas articulações políticas, apoiando aliados em diversas capitais. Por exemplo, após uma reunião com Carlos Fávaro, presidente do PSD em Mato Grosso, ficou acordado que o PSD não lançaria candidato em Cuiabá, optando por indicar a vice na chapa do PT.
Em Salvador, o consenso é de que o PT apoiará Geraldo Júnior (MDB), vice do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB). No Rio, apesar de uma ala do partido apoiar Tarcísio Motta (PSOL-RJ) contra Eduardo Paes, a maior parte do PT planeja apoiar Paes.