Déficit Primário do Brasil atinge 2,1% do PIB em 2023, revela Tesouro Nacional
O Tesouro Nacional divulgou que, em 2023, o Brasil registrou um déficit primário correspondente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), somando R$ 230,5 bilhões a mais em gastos do que em arrecadação, descontando-se o pagamento de juros. Este resultado é o segundo maior déficit desde o início da série histórica, superado apenas pelo ano de 2020, marcado pelos impactos econômicos da pandemia de covid-19.
Esse déficit primário de 2,1% do PIB superou as expectativas orçamentárias iniciais, que previam um saldo negativo de até R$ 228,1 milhões. No começo do mandato de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs um conjunto de medidas para incrementar a arrecadação e cortar gastos, visando reduzir o déficit para R$ 100 bilhões, objetivo que recebeu aprovação parcial do Congresso.
Um dos principais fatores para o estouro das previsões foi o pagamento de precatórios atrasados, que totalizaram R$ 92,44 bilhões em 2023. Além disso, o governo federal também realizou um socorro financeiro significativo a estados e municípios, e o aumento dos gastos sociais, especialmente com o Bolsa Família, exerceu pressão adicional sobre as finanças públicas.
O relatório do Tesouro também destacou aumentos nos gastos com Previdência Social, saúde, educação e assistência social, além de um crescimento real nos custos com o funcionalismo público.
Com as despesas governamentais crescendo 12,5% acima da inflação em comparação com o ano anterior, e a arrecadação líquida caindo 2,2% já descontada a inflação, o déficit primário de 2,1% do PIB em 2023 reflete os desafios fiscais enfrentados pelo Brasil no contexto de recuperação econômica pós-pandemia e pressões inflacionárias globais.