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Renato Cariani é indiciado pela Polícia Federal por tráfico e lavagem de dinheiro


Renato Cariani, influenciador fitness de 47 anos, foi indiciado pela Polícia Federal nesta segunda-feira (18) por envolvimento em atividades ilícitas, incluindo tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Cariani passou mais de quatro horas prestando depoimento na sede da PF em São Paulo, referente a um esquema de desvio de produtos químicos utilizados na produção de drogas como crack e cocaína.

Cariani, que chegou à sede da PF por volta das 13h30 acompanhado de seu advogado, prometeu falar com a imprensa após a oitiva para “esclarecer tudo”, porém, não deu declarações até o fechamento desta reportagem.

Os advogados de Roseli Dorth, sócia de Cariani, informaram que ela não compareceria para depor, alegando falta de acesso aos autos do processo. A investigação começou com depósitos de R$ 212 mil em dinheiro vivo, feitos em nome da AstraZeneca, que desencadearam buscas na mansão de Cariani. A AstraZeneca negou os repasses à Anidrol, empresa da qual Cariani é sócio, e denunciou o caso à PF. As investigações apontam que o esquema teria desviado substâncias químicas suficientes para a produção de 15 toneladas de crack em seis anos.

A Operação Hinsberg, deflagrada em 12 de dezembro, solicitou a prisão preventiva de Cariani e outras três pessoas, mas o pedido foi negado pela Justiça. Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, incluindo na mansão do influenciador.

O esquema foi descoberto em 2017, quando a AstraZeneca foi questionada pela Receita Federal sobre negócios com a Anidrol. Foram identificados dois depósitos nas contas da Anidrol, totalizando mais de R$ 200 mil. A Anidrol afirmou ter fornecido cloreto de lidocaína à AstraZeneca, substância utilizável tanto na indústria farmacêutica quanto na produção de crack.

A AstraZeneca negou qualquer relação comercial com a Anidrol e afirmou que não realiza pagamentos em espécie. Além disso, o suposto representante “Augusto Guerra”, mencionado pela Anidrol, não possui vínculos com o laboratório. Uma analista da AstraZeneca, em depoimento, destacou o risco institucional enfrentado pela empresa devido ao uso indevido de seus dados por terceiros desconhecidos. A denúncia foi formalizada em julho de 2019.




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