O ministro da Defesa, José Múcio, expressou sua visão sobre as recentes tensões entre a Venezuela e a Guiana, classificando as ameaças de invasão do presidente venezuelano Nicolás Maduro como uma “manobra política”. Em um almoço com jornalistas, Múcio foi categórico ao afirmar que as Forças Armadas da Venezuela não atravessarão o território brasileiro, especificamente em Roraima, para alcançar a Guiana.
Maduro tem ameaçado invadir a região guianesa de Essequibo, uma área rica em petróleo e gás natural, após um referendo que reconheceu a região como venezuelana. No entanto, Múcio rejeita categoricamente essa possibilidade, afirmando que “não vamos permitir em hipótese nenhuma” a passagem das forças venezuelanas pelo Brasil. Ele acrescentou que o conflito direto entre Venezuela e Guiana é improvável e que o Brasil não se envolverá de forma alguma.
Durante a conversa, o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcois Sampaio Olsen, expressou preocupação com a participação de potências extrarregionais no conflito, destacando a necessidade de monitoramento contínuo da situação.
O governo brasileiro está em uma situação delicada em relação a esta questão. Lula tem desencorajado as ações de Maduro, incluindo um telefonema recente, mas busca evitar um conflito direto. Múcio enfatizou que uma invasão potencial envolveria outros atores internacionais, o que torna improvável que Maduro prossiga com seus planos.
Uma reunião entre Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, está prevista para acontecer em São Vicente e Granadinas, no Caribe, na próxima quinta-feira (14). Lula foi convidado para o encontro, mas ainda não confirmou presença, podendo enviar um representante do Itamaraty.
