Wajngarten ataca Tarcísio e entra com ação no STF para barrar privatização da SabeSP
O assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, o advogado Fabio Wajngarten, questionou a eficácia da privatização da Sabesp, uma das metas-chave do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A situação desencadeou a quebra de laços entre os dois, de acordo com observações feitas por membros do governo paulista ao jornal Estadão. O pano de fundo desse conflito entre antigos aliados reside nas próximas eleições municipais.
No X (anteriormente conhecido como Twitter), Wajngarten publicou que, “em teoria”, a privatização é “maravilhosa”, mas destacou as dificuldades enfrentadas pela Enel, empresa privada que atua como concessionária de energia em São Paulo, para restabelecer os serviços na região metropolitana da capital após os intensos temporais do fim de semana. Atualmente, pelo menos 400 mil habitantes da capital paulista e arredores continuam às escuras. Wajngarten pontuou: “Se a perturbação é tão grande com a eletricidade, imaginem se a empresa de abastecimento de água cair nas mãos de grupos tão incompetentes quanto os de energia”, fazendo uma referência indireta à Sabesp. Informações obtidas pela Coluna sugerem que o governador de São Paulo não planeja responder diretamente ao ex-aliado, mas, sim, intensificar os esforços para concretizar a privatização da Sabesp antes das eleições.
Nos círculos próximos a Tarcísio, a atitude do assessor de Bolsonaro tornou ainda mais complexa qualquer possibilidade de apoio do governador a Wajngarten na corrida para ser o vice na candidatura do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na busca por reeleição em 2024. Wajngarten esclareceu que “nunca desejou” nem recebeu nada do governo de Tarcísio. Ele acrescentou: “Em momento algum estou atacando ele. Estou apenas expressando minha preocupação com idosos e crianças com necessidades especiais em detrimento do foco nas empresas de eletricidade e água”. Ricardo Nunes contará com o apoio de Tarcísio na competição municipal.