Polícia tenta prender ex-senador Telmário Mota, suspeito de mandar m@tar mãe da própria filha
Nesta segunda-feira (30), a Polícia Civil de Roraima iniciou uma operação com o objetivo de prender o ex-senador Telmário Mota, suspeito de ter ordenado o ass@ssinato de Antônia Araújo de Sousa, mãe de sua filha. Em 2022, a filha acusou o ex-senador de estvpr0.
Antônia foi m0rta com um tir0 na cabeça em 29 de setembro deste ano quando se dirigia ao trabalho por volta das 6h30, no bairro Senador Hélio Campos, na zona Oeste de Boa Vista, capital de Roraima.
Informações iniciais da Polícia Civil indicam que o ex-senador Telmário Mota encontra-se em Brasília, onde as autoridades estão tentando localizá-lo. Até o momento desta reportagem, não houve retorno após tentativas de contato com Telmário Mota para obter sua manifestação sobre a operação.
Nesta manhã, a Polícia Civil cumpriu três mandados de prisão e sete de busca e apreensão, com o apoio da Polícia Militar, da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
Além de Telmário Mota, os alvos da operação incluem um sobrinho do ex-senador, identificado como Harrison Nei Correa Mota, conhecido como “Ney Mentira”, que tem um mandado de prisão e busca contra ele, e um dos executores do assassinato, Leandro Luz da Conceição, suspeito de disparar o tiro que matou Antônia, com um mandado de prisão e busca. Cleidiane Gomes da Costa, assessora de Telmário, é alvo de um mandado de busca e apreensão e de cumprimento de medidas cautelares.
O segundo suspeito, Leandro, também está sendo investigado pelo latrocínio da empresária Joicilene Camilo dos Reis, de 47 anos, que foi encontrada m0rta em dezembro de 2019 em sua casa, com as mã0s amarradas por um fio elétrico em Rorainópolis, no Sul do estado.
Segundo documentos obtidos pela Rede Amazônica, a decisão de ass@ssinar Antônia originou-se em uma reunião na fazenda Caçada Real, onde Telmário Mota designou seu sobrinho Ney Mentira como responsável pela execução do crime. A fazenda foi um dos alvos das buscas na operação.
Os investigadores descobriram que a motocicleta utilizada pelos assassinos no dia do crime foi adquirida pelo sobrinho do ex-senador. A polícia informa que a moto, comprada por R$ 4 mil em espécie, estava registrada em nome de outra pessoa e com documentação irregular.
Após a compra da moto, o sobrinho a entregou a uma assessora do ex-senador para que ela a levasse a uma oficina para reparos. Posteriormente, ele solicitou que a assessora entregasse a moto aos autores do crime em um local especificado. Há imagens da assessora do ex-senador indo entregar a moto aos ass@ssinos um dia antes do ass@ssinato. A Polícia Civil possui uma imagem dela conduzindo a motocicleta.
Os mandados de prisão contra Telmário Mota, seu sobrinho Harrrison Nei Correa Mota e Leandro Luz, que atirou em Antônia, foram expedidos pela 1ª Vara do Tribunal do Júri e assinados pela juíza Lana Leitão Martins.
A magistrada fundamentou sua decisão nos elementos significativos da investigação da Polícia Civil relacionados à autoria e participação dos suspeitos. A juíza levou em consideração o alto nível de organização, periculosidade e a grande possibilidade de desfazimento de provas, conforme demonstrado na investigação criminal.
A juíza também mencionou que Telmário Mota de Oliveira, como ex-senador da República, faz parte de uma família tradicional que ainda exerce influência política no estado. A investigação revelou que o ex-senador eliminou provas, ordenando que Cleidiane apagasse imagens de seu DVR e HD e trocasse de celular. A assessora Cleidiane foi proibida de manter contato com os outros investigados, os familiares da vítima Antônia Araújo Sousa e proibida de sair de Boa Vista. Ela também deverá usar uma tornozeleira eletrônica.