Com 52% dos votos, empresário de direita vence eleições no Equador
O empresário Daniel Noboa, um outsider milionário de apenas 35 anos, conquistou a vitória nas eleições presidenciais do Equador, tornando-se o mais jovem a assumir o cargo. A chefe da autoridade eleitoral, Diana Atamaint, anunciou com mais de 90% dos votos válidos em nível nacional que o virtual presidente eleito do Equador é Daniel Noboa. Ele obteve 52% dos votos, enquanto a socialista Luisa González alcançou 48%. No primeiro turno, ela havia vencido, mas conforme as pesquisas indicaram, Noboa, que se destacou como a grande surpresa em uma eleição marcada pela violência, cresceu na reta final, e a votação se mostrava acirrada.
Luisa González, herdeira política do ex-presidente socialista Rafael Correa, reconheceu sua derrota nas urnas e estendeu suas felicitações ao novo presidente do Equador, o empresário Daniel Noboa, que está prestes a se tornar o mandatário mais jovem da história do país. “Ao candidato, agora presidente eleito, Daniel Noboa, nossas felicitações profundas, porque isso é democracia”, declarou a candidata, cercada por seus apoiadores em Quito.
Daniel Noboa, uma surpresa eleitoral, é filho do magnata Álvaro Noboa e herdeiro de seu capital político. Sua estratégia de conquistar votos por meio das redes sociais o tornou uma tendência no X (anteriormente conhecido como Twitter) e TikTok, graças a vídeos com dezenas de bonecos de papelão com sua imagem em tamanho real. Abandonando o estilo histrionismo de campanha de seu pai, Álvaro, que costumava pedir votos de joelhos, segurando uma Bíblia, o jovem Noboa construiu uma campanha sóbria e introvertida.
A vitória de Noboa representa um obstáculo significativo para as ambições do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), que buscava retornar ao poder por meio de González, sua herdeira política. Daniel Noboa assumirá a presidência em dezembro, completando o mandato de Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso e convocou eleições antecipadas. Seu mandato se estenderá até maio de 2025, e a legislação equatoriana permite que o vencedor se candidate nas eleições subsequentes (2025-2029) e, em seguida, concorra à reeleição (2029-2033). Em um país onde a reeleição é permitida apenas uma vez, essa possibilidade extraordinária de prolongar o mandato moldará o curso do próximo governo, já que o vencedor passará a maior parte do tempo em campanha, promovendo-se para as eleições de 2025.