GSI não deixou tropas em alerta no dia 8/1, afirma chefe do Centro de Operações do Comando Militar do Planalto
No dia 8 de janeiro, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do presidente Lula não colocou as tropas em estado de alerta, contando apenas com uma previsão de “normalidade”, conforme revelado pelo tenente-coronel Rodrigo Santos Boueri, chefe do Centro de Operações do Comando Militar do Planalto (CMP).
Este testemunho foi registrado durante a investigação militar que está avaliando as lacunas na segurança presenciadas no dia em que ocorreram as invasões às sedes dos Três Poderes.
O depoimento de Boueri rebate os relatos de que Gonçalves Dias, que liderava o GSI naquele momento, havia notificado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre uma possível ameaça de fechamento dos Três Poderes dois dias antes dos atos de vandalismo. Surpreendentemente, Dias desapareceu do radar, ignorando subsequentes relatórios da Abin. Boueri destacou que, a despeito dos avisos, o GSI não ativou um protocolo de alerta durante o fim de semana das manifestações, deixando o Palácio do Planalto vulnerável a invasões.
Boueri ressaltou ainda que, mesmo sem uma orientação direta do GSI, o CMP havia fortalecido a segurança no Setor Militar Urbano (SMU) desde novembro, em resposta a protestos anteriores. Ele mencionou que o Batalhão de Polícia do Exército de Brasília estava incumbido de gerir o tráfego nas principais vias de acesso e saída do SMU. Adicionalmente, destacou que duas outras unidades militares estavam preparadas para intervir em caso de manifestações em larga escala, mas lamentavelmente, nenhuma delas foi mobilizada para garantir a segurança do Palácio do Planalto, demonstrando uma notável falha no planejamento do GSI.