General Gonçalves Dias negou conhecimento de relatórios da Abin sobre invasões de terra durante depoimento à CPI do MST
Durante o seu depoimento nesta terça-feira (1º), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, negou ter conhecimento sobre os relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em relação a invasões de terras durante sua gestão, de 2 de janeiro a 1º de março. Enfrentando múltiplas perguntas sobre os relatórios, o general Dias repetidamente afirmou não ter sido informado de quaisquer ações do Movimento Sem Terra (MST) que necessitassem de investigação.
“Não recebi nos dias que a Abin ficou sob a minha gestão nenhum relatório, a Abin quando o Dr. Saulo assumiu estava em fase de recomposição e reestruturando a sua gestão, eu não recebi nenhum relatório de inteligência (sobre o MST) pelo sistema sisbin. (…) No meu período, a única invasão foi de 27 de fevereiro na Suzano, na Bahia”, disse o general.
Questionado sobre uma possível omissão como ex-chefe do GSI, o general Dias refutou a acusação, alegando que não haviam informações suficientes para justificar ações ou relatórios: “E não posso imputar ato criminoso a nenhuma pessoa”, afirmou.
Gonçalves Dias se apresentou à CPI do MST com um habeas corpus concedido pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitindo que se mantivesse em silêncio. No entanto, ele optou por responder às perguntas dos parlamentares, apesar de afirmar desconhecer as informações solicitadas.
O depoimento, que teve início antes das 16h, começou com o relator Ricardo Salles (PL-SP) pedindo que o ex-ministro descrevesse parte de sua trajetória e como chegou ao cargo no GSI. A sessão degenerou em uma discussão quando Salles questionou a visão do ex-ministro sobre “o movimento de 64”, provocando reações de parlamentares como a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) e outros membros do governo.