CPMI: Hacker da ‘Vaza Jato’ se recusa a responder questionamentos dos parlamentares da oposição
Walter Delgatti, o hacker da “Vaza Jato”, decidiu por não responder aos questionamentos de parlamentares da oposição na oitiva da CPMI desta quinta-feira (17). Apesar de ter respondido aos parlamentares governistas por aproximadamente quatro horas, quando confrontado por membros da oposição, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos Rogério (PL-RO), além dos deputados federais Filipe Barros (PL-SP) e Delegado Ramagem (PL-RJ), Delgatti acionou seu direito ao silêncio, garantido por um habeas corpus concedido pelo STF.
Diante da indagação de Flávio Bolsonaro sobre possíveis vantagens que Delgatti poderia ter recebido para invadir celulares de autoridades, o hacker respondeu, “Por orientação do meu advogado, ficarei em silêncio”. Outras perguntas do senador, relacionadas a procedimentos de testes do TSE e das Forças Armadas no sistema de votação, também foram ignoradas.
O senador Marcos Rogério confrontou Delgatti sobre inconsistências em seu depoimento. Questionou qual versão era verdadeira: se Bolsonaro o havia convocado para destacar falhas no sistema eleitoral ou para diretamente fraudá-lo.
Em sua declaração à CPMI, Delgatti acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de ser o arquiteto de um esquema para evidenciar vulnerabilidades nas urnas eletrônicas. Segundo ele, a orientação de Bolsonaro era para que invadisse o sistema ou criasse um código-fonte alternativo para uma urna fornecida pela OAB. Delgatti também alegou que Bolsonaro o instruiu a se responsabilizar por uma escuta supostamente colocada no ministro Alexandre de Moraes, do STF.