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Declarações políticas de Barroso causam crise entre ministros do STF, diz Estadão


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, gerou desconforto entre seus colegas com seu recente comentário sobre “derrotar o bolsonarismo”. A situação incitou uma crise durante o recesso da Corte, afetando não apenas a imagem do ministro, mas também a do próprio tribunal, segundo publicação do Estadão.

Em um discurso no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), Barroso afirmou: “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”. Em resposta, ministros do STF comentaram ao Estadão que essas declarações foram “inoportunas” e poderiam fortalecer a desconfiança da sociedade e de políticos sobre o STF.

Segundo fontes do jornal Estadão, essas declarações reforçam a percepção de que o STF pratica “ativismo judicial”, conceito que descreve quando os tribunais aplicam interpretações mais amplas da lei e, em alguns casos, usurpam competências de outros poderes.

Essa percepção é compartilhada até mesmo por ex-ministros do STF, como Marco Aurélio Mello, que afirmou que a Corte não deve se posicionar como responsável por vitórias ou derrotas eleitorais.

Barroso, ciente da reação negativa de sua fala, emitiu uma nota argumentando que se referia à derrota do “extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro”, não pretendendo ofender os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As declarações de Barroso também foram criticadas pelo senador Hamilton Mourão e pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que as classificou como “inadequadas e inoportunas”. Pacheco ainda criticou a presença de Barroso no Congresso da UNE, um evento de natureza política, e sugeriu a possibilidade de um esclarecimento ou retratação por parte do ministro.




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