Bolsonaro afirma que seu julgamento no TSE foi “bastante nebuloso”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos, classificando-o como “bastante nebuloso”, durante um discurso em Anápolis, Goiás, nesta sexta-feira (21). Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, devido à transmissão de uma reunião com embaixadores na TV Brasil, na qual propagou informações falsas sobre o sistema eleitoral.

Bolsonaro foi homenageado com a medalha de comendador da cidade de Anápolis, onde foi calorosamente acolhido por uma multidão que o aplaudiu e o chamou de “mito”. O ex-presidente fez referências críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao julgamento do TSE.

“Se eu não fosse relevante para a nossa nação, após os números divulgados pelo TSE, eles não continuariam me perseguindo até hoje”, afirmou Bolsonaro. “Não teriam me tornado inelegível de maneira tão obscura. Qual foi o crime? Não foi corrupção. Não foi abuso de poder econômico. O sistema não quer um líder honesto na presidência”, continuou.

Ele também fez várias observações críticas ao atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, referindo-se a ele como “o outro cara”. Bolsonaro citou o retorno de Lula ao poder como um acontecimento “incrível”, enfatizando que ele “deixou” Lula assumir a presidência e viajou para os Estados Unidos antes da posse, retornando apenas em março.

“Entreguei o Brasil… ou melhor, deixei outro cara assumir. Porque nunca passaria a faixa para uma pessoa com aquele passado. Jamais passaria a faixa para uma pessoa que tinha e tem um passado como o cara que assumiu em 1º de janeiro”, disse Bolsonaro.

Ao final de seu discurso, Bolsonaro assegurou que retornará à presidência. “Minha presidência de quatro anos foi uma missão divina. Se for a vontade dele, tenho certeza de que retornaremos. Enquanto isso, estaremos contribuindo para a boa política brasileira”, concluiu.

Bolsonaro recebeu a comenda Gomes de Souza Ramos, em uma cerimônia que comemorou os 116 anos de Anápolis.