“Zanin é preferência de Lula e não do PT”, diz aliado do governo
Petistas mais radicais enxergam Zanin como um "intruso"
Dentro do próprio Partido dos Trabalhadores (PT) e na comunidade jurídica associada ao partido, existem fortes resistências à nomeação de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF). Esta oposição vem principalmente do núcleo histórico do partido, incluindo figuras como o ex-ministro José Dirceu.
Os petistas mais radicais enxergam Zanin como um “intruso”, um desconhecido em reuniões do PT e alguém cujos pontos de vista sobre a maioria dos assuntos constitucionais são incertos. Um jurista petista referiu-se a ele como o “candidato-esfinge”, indicando sua imagem misteriosa e ambígua. As preocupações giram em torno de problemas éticos e legais – lembrando seu papel como advogado pessoal de Lula nos casos da Lava Jato – e a incerteza em torno de suas opiniões sobre tópicos como direito econômico, imposto sobre grandes fortunas e questões sociais. Ainda assim, os apoiadores de Zanin dentro do partido salientam que ele arriscou sua carreira ao defender o presidente.
Apesar da oposição interna, Zanin é o favorito de Lula e do ministro Alexandre de Moraes e tem impressionado ao atrair mais apoio da bancada evangélica do que André Mendonça, anteriormente apontado como o candidato “terrivelmente evangélico”. Esta lista de apoiadores inclui o pastor Silas Malafaia, conhecido apoiador de Jair Bolsonaro.
Hoje, Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, decidiu dar liberdade aos senadores para votarem conforme sua preferência na sabatina de Zanin no senado, abstendo-se de declarar uma posição contrária ao advogado pessoal de Lula.
O interesse do presidente Lula na indicação de Cristiano Zanin é apenas um: Lula tem grande desconfiança dos ministros indicados pelo PT, pois quase todos concordaram com sua prisão no âmbito da Operação Lava-jato. Agora Lula quer ter a certeza que não será traído dentro da Suprema Corte brasileira.