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Viagens frequentes e poucos retornos: A política externa controversa de Lula não gera investimentos


No seu terceiro mandato como presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem supostamente concentrado esforços em intensificar a diplomacia brasileira. Contudo, apesar de extensas viagens e reuniões com mais de 30 líderes globais nos primeiros cinco meses de governo, os resultados concretos desses esforços ainda não apareceram.

Lula superou todos os seus antecessores em viagens internacionais desde a redemocratização do país. Contudo, essa intensa atividade diplomática tem sido marcada por controvérsias, principalmente após seus comentários sobre o retorno da aliança entre Brasil e Venezuela, onde minimizou o autoritarismo de Nicolás Maduro, causaram indignação em líderes sul-americanos e na imprensa internacional.

Especialistas em política internacional alertam sobre as consequências dessas posturas. Carlo Cauti, especialista em relações internacionais do Ibmec-SP, critica a falta de progresso tangível, apesar das várias viagens do presidente. Ele menciona a relutância de Lula em interagir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a falta de avanço em questões como o acordo de livre comércio com a União Europeia. A visita a China também não resultou em grandes acordos comerciais, além da suspensão das restrições à carne brasileira.

Para Cauti, o frenesi de viagens de Lula pode ser uma tentativa de evitar os problemas internos do Brasil, principalmente dado a sua minoria no Congresso. Além disso, a política ambiental tem sido criticada, principalmente após as recentes mudanças no Ministério do Meio Ambiente.

O cientista político Leandro Consentino concorda que é positivo para o Brasil reintegrar-se à comunidade internacional, mas salienta a necessidade de uma direção mais clara para a política externa do país. Ele argumenta que a atual abordagem parece mais focada no passado do que no futuro. Até agora, os primeiros meses da política externa de Lula parecem não ter deixado uma marca distintiva.




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