“Retrocesso institucional”, diz Míriam Leitão sobre indicação de Zanin ao STF
"Contrasta com as nomeações meritórias que Lula fez no passado", afirmou a jornalista
A nomeação de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Lula gerou críticas por parte da jornalista Mírian Leitão, da GloboNews, que considerou a indicação como uma violação do princípio da impessoalidade, pois Zanin tem uma longa história como advogado pessoal de Lula.
Leitão caracterizou a escolha como “um retrocesso institucional”, argumentando que Zanin não é apenas um advogado partidário ou um profissional que já atuou no governo, como foi o caso de Dias Toffoli, Gilmar Mendes e André Mendonça. Ela frisou que a situação de Zanin é mais alarmante por ser o advogado pessoal de Lula.
“Isso estabelece um precedente muito perigoso para futuras indicações e contrasta com as nomeações meritórias que Lula fez no passado, respeitando o princípio da impessoalidade, como Joaquim Barbosa, Ayres Briyto e Cezar Peluso”, comentou Leitão.
Ela também sugeriu que, uma vez assumindo o posto no STF, Zanin deveria ter a prudência de se declarar inapto para atuar em casos nos quais foi advogado, respeitando uma norma nem sempre observada pelos ministros do Supremo.
Leitão também relembrou que Toffoli, mesmo tendo sido advogado do PT, não se viu impedido de votar no caso do Mensalão. A sabatina de Zanin no Senado está agendada para o dia 21 de junho.