No início da noite desta quinta-feira (15), agentes da Polícia Federal (PF) deixaram o gabinete do senador Marcos do Val (Podemos-ES), no 18° andar do Anexo 1 do Senado Federal, portando um malote após executarem uma operação de busca e apreensão. A operação, que durou pouco mais de duas horas, foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e direcionada a três endereços ligados ao senador: seu gabinete em Brasília, sua residência na capital federal e sua residência no Espírito Santo.
Do Val, que está no Espírito Santo comemorando seu aniversário, foi convocado por Moraes para prestar depoimento à PF sobre a suposta obstrução de justiça — o motivo da operação. A obstrução em questão se refere ao ato do senador de divulgar documentos sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência em seu perfil no Twitter, dois dias antes da operação.
Na quarta-feira (14), Do Val publicou no Twitter acusações contra as decisões do ministro Moraes, afirmando serem “anticonstitucionais” e incitando os senadores a “fiscalizar, afastar e até ‘impeachmar’ ministros do STF”. Posteriormente, o Twitter do senador foi bloqueado, conforme a ordem contra o parlamentar.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi informado por Moraes sobre a operação de busca e apreensão no gabinete e na residência do senador. A Polícia do Senado também notificou Marcos do Val sobre a operação, por volta das 15h, após a qual Pacheco solicitou a presença da Polícia do Senado e da Advocacia do Senado durante as buscas em Brasília. Seguindo a ordem do ministro Moraes por uma operação discreta, a PF utilizou veículos descaracterizados para executar as diligências.
