Moraes pode não compartilhar dados sigilosos com CPMI do 8 de Janeiro
Bancada governista já trabalha para bloquear quaisquer pedidos para que o STF forneça informações das investigações sob sigilo
A probabilidade de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, compartilhe informações confidenciais dos inquéritos com a CPMI do 8 de Janeiro, é praticamente nula.
A extensão real das investigações sobre as milícias digitais é desconhecida, e a divulgação de qualquer informação a partir desses inquéritos, disponível a todos os membros da CPMI, iria diretamente para líderes conservadores como Eduardo e Flávio Bolsonaro.
O que se viu já na sessão da CPMI desta terça-feira (6) foi uma mobilização dos governistas para bloquear quaisquer pedidos para que o STF forneça informações das investigações sob sigilo. Vários parlamentares conservadores, incluindo a senadora Damares Alves (Republicanos) e o deputado Delegado Ramagem (PL) já solicitaram acesso aos inquéritos.
Em uma reunião em março com a CPI do 8 de Janeiro da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) no gabinete de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, a situação ficou tensa quando a deputada Paula Belmonte defendeu o acampamento localizado em frente ao QG do Exército. Moraes reagiu, mudando o tom da reunião. Isso levou parlamentares a acreditar que o ministro hesitou em compartilhar dados sigilosos com parlamentares de direita.