Manobras governistas na CPMI: Proteção ao General G.Dias para evitar tensão e possível processo de Impeachment
A não convocação do chefe do GSI alimenta teoria de proteção da base governista
Os parlamentares da base governista, membros da CPMI do 8 de Janeiro, foram instruídos a adiar o testemunho do general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Com o voto da maioria, o congressistas conseguiram postergar o depoimento.
O grupo liderado por Randolfe Rodrigues (AP) tem apresentado uma grande articulação e preparação para lidar com uma comissão desse calibre perante os olhos da imprensa. Na terça-feira (13). Protegeram a peça chave (G Dias) mas conseguiram aprovar um bloco de pedidos – que inclui a quebra de sigilos e convocações de Jair Bolsonaro e seu assistente, além de seu ex-ministro da Justiça.
Essa ‘proteção’ deixou evidente que a principal preocupação do governo está em outra direção: G.Dias, ex-segurança pessoal de Lula e conhecido por este nome, que saiu do governo de forma nada honrosa, como afirmam os próprios deputados que têm apoiado o governo em troca de posições e emendas.
Segundo um membro da CPMI que se autodenomina “independente”, o governo teme mais a possibilidade de ser visto como omisso do que a entrada de membros da oposição. A ideia de que o governo “sabia de tudo” e permitiu a ocorrência de danos, se comprovada em uma confissão, poderia alimentar um processo de impeachment, que já parece inevitável. A recente notícia publicada pelo jornal Folha de S.Paulo de que G.Dias mandou ocultar dados enviados ao Congresso pode acabar com o evidente plano de proteção do governo.
Como os parlamentares aliados ao governo não têm contato com o general, seu estado de ânimo frente ao surgimento de novas evidências sobre a supressão de informações relacionadas a potenciais ataques em Brasília permanece incerto.