Durante sua participação na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, realizada em Paris nesta sexta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou insatisfação com as condições adicionais impostas pela União Europeia (UE) para a efetivação do acordo de livre comércio com o Mercosul. Ao lado de seu anfitrião, o presidente francês Emmanuel Macron, Lula apelou por acordos internacionais mais ‘equitativos’.
Lula, que tem uma reunião de trabalho agendada com Macron no Palácio Eliseu, expressou seu desejo de estabelecer um acordo com a UE, mas considerou as condições adicionais do bloco inaceitáveis. “Estou ansioso para firmar um acordo com a União Europeia. No entanto, a carta adicional elaborada pelo bloco torna isso inviável”, afirmou.
Lula, que está em visita à Europa esta semana, planeja mobilizar apoio para avançar o acordo estagnado há 20 anos. Durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira (22), ele definiu o documento como “inaceitável” e prometeu discuti-lo com Macron.
Apesar de manterem uma relação amigável, Lula e Macron ainda têm divergências sobre questões estratégicas, como a postura em relação ao conflito na Ucrânia e a progressão do tratado. Lula, que reestabeleceu as relações diplomáticas entre Brasil e França após uma discordância com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), questionou: “Como é possível ter uma parceria estratégica, mas ao mesmo tempo ter uma carta adicional que ameaça um parceiro estratégico? Como vamos resolver isso?”, alfinetou Lula.
