CPMI pedirá quebra de sigilo sobre os relatórios do GSI de 8/1
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro pretende solicitar o acesso ao relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), supostamente manipulado pelo ex-líder do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), General Gonçalves Dias. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI, afirma que é crucial para a comissão obter os documentos para elucidar os acontecimentos. “Precisamos ver concretamente o que está no relatório. Se existem de fato fraudes, alterações ou similares. Devemos ter o documento fisicamente para podermos relatar o que realmente aconteceu”, ela declarou.
Supostamente, Gonçalves Dias alterou o relatório entregue à Comissão de Inteligência do Congresso, que indicava que ele estava ciente do perigo de ataques violentos à Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro. O senador Esperidião Amin (PP-SC), que recebeu o relatório, confirmou a adulteração. “É verdade. No primeiro relatório, há 11 omissões de o ministro-chefe do GSI ter recebido as mensagens a partir das 19h40 de 6 de janeiro, incluindo a mensagem que informava sobre a invasão ao Congresso Nacional”, revelou.
A CPMI, encarregada de investigar os eventos de 8 de Janeiro, já acumulou mais de 600 solicitações, incluindo convites, convocações para testemunhos e pedidos de quebra de sigilo. A comissão também começou a negociar com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF) em busca de auxílio técnico para apoiar as investigações. A relatora da CPMI anunciou que na próxima terça-feira, 6, ela irá apresentar um plano de trabalho.