Opinião: A imprensa brasileira foi tomada pela noticia do julgamento de Bolsonaro, os veículos de comunicação já têm em mãos a sentença que declara Bolsonaro inelegível, e o espetáculo midiático está pronto para começar. É como se um circo tivesse sido montado, com Bolsonaro no banco dos réus e todos os elementos característicos desse ambiente em pleno funcionamento.
A imagem do picadeiro é adequada para descrever uma situação atual. Bolsonaro está no centro, prestes a cair no balde d’água, e a imprensa, como um conjunto de tambores rufantes, fazendo um alarde ensurdecedor. Os donos desse circo, representados por alguns setores do judiciário, seguram a tesoura na mão, prontos para cortar as últimas esperanças do ex-presidente.
A plateia, por sua vez, é composta principalmente pela política de esquerda e pelo atual governo motivado por Lula. Ambos estão ansiosos pela festa que está prestes a acontecer. Para eles, a inelegibilidade de Bolsonaro é uma vitória, uma oportunidade de fortalecer sua narrativa política e enfraquecer ainda mais a figura do ex-presidente e seus apoiadores.
No entanto, é importante analisar a situação com cautela e ponderação. A condenação de Bolsonaro ainda não é uma realidade concreta, pois até momento em que este artigo até foi escrito, em 19 junho de 2023, não houve um julgamento que resultasse em sua inelegibilidade. É fundamental respeitar o princípio da presunção de inocência e permitir que o devido processo legal seja seguido.
A cobertura midiática desse caso, no entanto, parece ignorar completamente esses princípios. A imprensa em condenar Bolsonaro, mesmo antes de qualquer decisão judicial, levanta questionamentos sobre a imparcialidade da imprensa e sua relação com certos setores do judiciário. O jornalismo deveria ser um pilar da democracia, garantindo a divulgação de informações objetivas e imparciais. No entanto, o espetáculo midiático em torno do caso Bolsonaro parece estar mais interessado em narrativas alimentares pré-estabelecidas do que em buscar a verdade.
Independentemente de posicionamentos políticos individuais, é necessário que o processo legal seja imparcial. Se Bolsonaro cometeu algum crime ou irregularidade durante seu mandato, cabe ao sistema judiciário analisar como prova de forma imparcial e tomar uma decisão justa. No entanto, isso deve ser feito de maneira isenta, sem influências externas e sem o sensacionalismo midiático que tem marcado o cenário atual.
O circo midiático do judiciário, com seus malabarismos e palhaçadas, acaba prejudicando o próprio sistema judicial e a confiança que a população deposita nele. É essencial que os julgamentos sejam cuidados de forma transparente, sem se tornarem meros espetáculos que visam apenas agradar a determinados grupos políticos.
Enquanto o processo de Bolsonaro não se tornar uma realidade legal, é importante lembrar que todos têm direito à presunção de inocência. O julgamento não deve ser realizado pela imprensa ou por interesses políticos, mas sim pelos tribunais competentes, garantindo um processo justo e imparcial. Somente dessa forma poderemos construir uma sociedade verdadeiramente justa e democrática, baseada no respeito às leis e na busca pela verdade.