Após pedido de Lula, FAB prepara cotação de custos e estuda alternativas para novo avião presidencial
A Força Aérea Brasileira (FAB) está avaliando opções para atender ao pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de adquirir um novo avião presidencial. Lula busca uma aeronave com maior autonomia de voo, capaz de realizar viagens mais longas sem escalas frequentes para abastecimento, além de oferecer mais espaço para convidados. Duas alternativas estão sendo consideradas: a adaptação de uma das aeronaves Airbus A330-200, adquiridas durante o governo Jair Bolsonaro, ou a aquisição de um novo avião usado, já configurado de acordo com as necessidades.
A adaptação do Airbus A330-200 incluiria uma instalação de internet, uma suíte com chuveiro e uma sala reservada para que o presidente possa despachar. Essas modificações seriam dispendiosas, e a FAB irá realizar uma cotação de custos, que pode aumentar devido às exigências de Lula e da primeira-dama, Rosângela da Silva (Janja). Dependendo dos valores, a compra de uma nova aeronave usada pode se tornar mais atrativa.
Durante um almoço com o alto comando da FAB na última quarta-feira, o assunto foi discutido. Caso a opção pela adaptação do Airbus A330-200 seja escolhida, a aeronave precisaria parar por um período de ficar até 45 dias ou mais, dependendo das modificações necessárias.
Embora as aceitação não inviabilizem as atividades da FAB, o uso do novo avião presidencial seria mais restrito e dependente dos pedidos do presidente e da primeira-dama. Em viagens internacionais, Janja costuma exercer influência sobre as decisões, segundo fontes próximas.
O atual avião presidencial, um A319 conhecido como “Aerolula”, foi adquirido pelo próprio presidente durante seu primeiro mandato. Com 18 anos de uso e se aproximando da metade de seu ciclo de vida, o avião requer um processo de reformulação. Ele possui uma suíte presidencial com chuveiro, uma área reservada com duas mesas e oito cadeiras, além de capacidade para 16 pessoas, além da tripulação, totalizando 39 passageiros.
Já o A330-200 tem capacidade para aproximadamente 250 passageiros, dependendo da configuração. É uma aeronave de grande porte, com autonomia de voo de 16 horas, de acordo com um militar que está acompanhando as discussões. A FAB defende que Lula utilize uma nova aeronave apenas em voos longos.
A substituição do avião presidencial por uma aeronave mais moderna e com maior autonomia de voo já vinha sendo acomodada pela FAB. No entanto, o projeto foi acelerado após a viagem de Lula ao Japão, na qual foram necessárias duas escalas, no México e no Alasca, tornando a jornada cansativa para o presidente, de 77 anos, além de resultar em maiores custos com tarifas aeroportuárias e riscos à segurança.
Lula já voou no A330-200 sem as necessárias. Em fevereiro, ele realizou o trajeto entre Brasília, Rio de Janeiro e Washington. Além do “Aerolula”, o presidente tem à disposição uma frota de aviões e helicópteros do Grupo de Transporte Especial (GTE), sediado em Brasília.
Ao ser procurada, a FAB confirmou que está estudando o assunto.