Sergio Moro cogita renunciar e deixar o Brasil, diz jornal
O senador Sérgio Moro (União-PR), está considerando antecipar-se a uma possível cassação de seu mandato e planeja declarar-se como um perseguido político no Brasil. O ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro sondou amigos e aliados que residem nos Estados Unidos em busca de oportunidades de trabalho, o que garantiria sua permanência no país norte-americano. A informação é do site Último Segundo.
De acordo com a publicação, uma fonte próxima a Moro confirmou a informação recebida pelo site no final da tarde de quarta-feira (17). “A notícia é verdadeira, mas estamos tratando do assunto internamente e de forma sigilosa”, afirmou o aliado do senador. Outra fonte do Último Segundo afirmou que Moro teria sido aconselhado por um importante líder político logo após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos).
“Ele sabe que será cassado, então precisa controlar a narrativa. Gritar que foi injustiçado resolve? Talvez, mas apenas para um grupo. A estratégia de renunciar e denunciar perseguição política para o mundo tem sucesso”, teria dito o líder partidário ao senador. “O melhor exemplo é Jean [Wyllys], que vendeu ao mundo a ideia de que o Brasil vivia com a democracia contaminada”.
Inicialmente, Moro teria rejeitado a ideia e afirmado que não é do tipo que foge de uma luta. No entanto, seus principais assessores lembraram que não há perspectiva de vitória judicial e que é provável que ele seja cassado. “Vale a pena se tornar apenas uma voz nas redes sociais?”, questionou um importante aliado. Pessoas próximas a Moro iniciaram conversas com contatos nos Estados Unidos, que garantiram boas oportunidades de emprego para o ex-juiz no país, o que fez com que ele passasse a considerar seriamente a ideia.
“Há também a questão da esposa. Ela está muito feliz como deputada e não quer deixar o Brasil. Mas isso pode ser facilmente resolvido”, confirmou a fonte, sem dar detalhes sobre a solução. Quando questionado sobre um prazo para a renúncia de Moro, a resposta foi clara: “Quando ele sentir que está encurralado e que é a única alternativa”, concluiu, acrescentando: “A tendência é que Moro se torne o ‘Jean Wyllys da direita'”.