Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata de Lula, abrirá escritório em São Paulo, apesar de disputa com GSI
Para garantir a proteção presidencial durante visitas e viagens ao Brasil
No final deste mês, a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República, sob o comando da Polícia Federal, inaugurará um escritório em São Paulo. Essa ação ocorre em meio a uma disputa com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em relação ao controle da segurança do presidente.
O estado de São Paulo abriga endereços relacionados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao vice-presidente Geraldo Alckmin e seus familiares. Para garantir a proteção presidencial durante visitas e viagens ao local, uma equipe de segurança será destacada.
Recentes declarações do novo ministro do GSI, o general Amaro, sugerindo que o comando da segurança do presidente voltaria para os militares, têm causado incômodo entre os responsáveis pela segurança imediata do presidente atualmente.
A Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata foi criada por meio de decreto em janeiro, com prazo estabelecido para encerramento em 30 de junho deste ano. No entanto, nos últimos meses, a equipe recebeu reforço de policiais federais responsáveis pela segurança imediata de Lula.
O modelo adotado pela equipe busca uma maior integração entre civis e militares. Inclusive, membros do GSI já solicitaram transferência para a secretaria, onde ficam sob o comando da Polícia Federal, em vez de um militar.
Alguns setores do governo defendem a continuidade da participação dos policiais federais no desenho de governo, especialmente após imagens do circuito interno do GSI revelarem uma postura passiva e aparentemente conivente de militares durante a invasão do Palácio do Planalto em 8 de janeiro.
Até o momento, Lula ainda não se reuniu oficialmente com representantes dos dois órgãos para discutir o assunto.
Em resposta à CNN, o GSI afirmou que mantém uma relação institucional com a secretaria extraordinária. O órgão reiterou que a atuação da equipe da Polícia Federal está prevista até 30 de junho deste ano, conforme estabelecido pelo decreto.
O GSI também explicou a existência de “anéis de segurança”, ou seja, diferentes camadas de proteção ao presidente da República: imediata, aproximada e afastada. Apesar de não estar atualmente sob a segurança imediata de Lula, o gabinete continua sendo responsável pela segurança aproximada e afastada, incluindo a vigilância das dependências da Presidência e dos arredores dos locais em que o presidente estiver.
A abertura do escritório em São Paulo pela Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata demonstra a relevância da segurança presidencial e as discussões em torno da sua estrutura e comando. O desfecho dessa disputa terá impactos significativos na proteção do presidente da República e na maneira como diferentes instituições se relacionam para garantir a segurança do chefe de Estado.