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Ricardo Lewandowski é o novo consultor sênior do Grupo J&F após saída do STF


O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, foi contratado pelo Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, para atuar como consultor sênior e redigir dois pareceres, conforme publicação do site UOL. Essa movimentação ocorreu em meio a uma disputa judicial com a empresa indonésia Paper Excellence pela Eldorado Papel e Celulose, que possui uma megaplanta de exportação em Três Lagoas (MS). Poucos dias após deixar o STF devido à aposentadoria compulsória aos 75 anos, Lewandowski passou a integrar a equipe jurídica da J&F.

Os valores que Lewandowski recebeu pelos serviços prestados ao Grupo J&F não foram divulgados publicamente, porém, considerando que a causa envolve R$ 15 bilhões, estima-se que os gastos da J&F com a defesa nos tribunais já ultrapassaram centenas de milhões de reais. Além do ex-ministro, a equipe da holding conta com renomados profissionais, como o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) César Asfor Rocha e o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) Manoel de Queiroz Pereira Calças. Por sua vez, a Paper Excellence conta com nomes influentes como o ex-presidente Michel Temer e o ex-governador de São Paulo João Doria, que possuem ampla experiência nas cortes superiores e no tribunal paulista.

A disputa entre a J&F e a Paper Excellence teve início em 2017, quando a J&F precisou negociar ativos após assinar um acordo de leniência de R$ 11 bilhões com o Ministério Público Federal (MPF) no contexto da Operação Lava Jato. Nesse contexto, a Eldorado foi vendida por R$ 15 bilhões para a Paper Excellence. O contrato previa o pagamento de R$ 3,8 bilhões no ato da compra, referente a 49% da Eldorado, e o restante, equivalente a R$ 4,1 bilhões, seria pago em até um ano pelos outros 51%, que correspondem às dívidas da empresa. No entanto, a Paper Excellence deveria levantar as garantias dos empréstimos para assumir o controle total da Eldorado, o que totaliza mais de R$ 11 bilhões atualmente. A J&F alega que a empresa indonésia nunca cumpriu essa condição, enquanto a Paper Excellence afirma que a J&F abandonou as tratativas e solicitou um adicional de R$ 6,6 bilhões para finalizar o negócio. Apesar dos contatos entre as partes em 2018, as negociações não avançaram. A disputa foi resolvida em favor da Paper Excellence em fevereiro de 2021, após decisão favorável da arbitragem por três votos a zero. A J&F busca anular essa decisão na Justiça, alegando espionagem cibernética e outros pontos. A movimentação do caso atualmente aguarda uma decisão do Grupo Especial de Câmaras.




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